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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

"eu te amo"

disse ela tirando os sapatos, com meias coloridas, já subindo na cama, enquanto ria desvairadamente.

ele não entedeu foi nada, já que ela negava sempre qualquer expressão real de afeto.

"como assim? tá louca?"

louca sim, sempre foi. Mas a verdade era bem essa mesmo.... ela não queria nada, mas que já amava, ah amava.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Começamos essa viagem sem destino
Eu, você e nenhuma bagagem.
Tudo entre nós é bobagem.

Você me diz  não saber se é certo ou errado
mas continua ao meu lado.
Vai pegar essa estrada
com uma pessoa errada.

Alcançar a paz de um sorriso pleno
sem querer saber onde vai chegar.
Sem nenhum veneno
só os erros que eu vou te levar.

Segura minha mão e vem.
Além.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Eu posso me embreagar de você
te beber até a alma corar.

Me deixa mergulhar na garrafa do teu ser
me deixa te beber até a última gota

Eu vou me esquecer no teu teor alcóolico
e me embebedar  do meu amor

E amanhã na ressaca do teu mar
vou me jogar
e me afogar

quinta-feira, 21 de maio de 2015

queda

Então, hoje me deu uma vontade louca de me jogar
do décimo andar, pra sentir o vento no rosto.
Não que eu queira realmente morrer
eu só quero saber a sensação
de poder abrir as asas e voar.

E se de repente a gente percebe
que sente demais.
 E que tudo é enorme, nós somos tão pequenos
para morrer afogados em nosso próprio veneno

Não me permita ser adepta
da autossabotagem

o que estou fazendo aqui
isso tudo é só miragem

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Podemos dar uma volta. Dessa vez sóbrios.

_ Qualquer dia desses podemos dar uma volta. Dessa vez sóbrios.

_ Podemos sim. 

A gente podia ir no cinema, assistir qualquer coisa e depois conversar tomando sorvete, e você vai me contar todas as suas referências sobre direção de arte e eu só vou entender a parte da fotografia. Você pode me falar de Kubrik, Linklater ou Iñárritu e eu vou dizer que gosto de musicais e dos filmes do David Fincher. Você vai rir da minha cara.

Ou então podemos ir ao parque, um pouco antes do pôr-do-sol. Vou tomar água de coco ou comer algodão doce, você vai achar um pouco infantil mas vai dividir comigo. Vou comentar como adoro quando o céu fica laranja e dizer coisas sobre a cor da luz. Eu vou tirar fotos e você vai aparecer tímido em algumas delas. Eu vou rir da sua cara.

Ou eu posso ir para sua casa, e vou achar estranho por não me lembrar dos cômodos. Vou tentar não colocar meus pés sobre a mesa de centro como da última vez. Vou passar um café e elogiar seus quadros. Você vai me convidar para jogar vídeo-game e vai rir da minha falta de destreza.

Eu posso levar um vinho barato. Suave, tinto, de mesa. Eu sei que você disse "sóbrios", mas eu gostaria de falar e fazer sã as coisas que faço bêbada, e infelizmente eu não consigo.

Espero que não tenha ficado forçado, não seja rude nem inconveniente. Mas isso foi um convite para sair. Se estiver interessado sabe onde me encontrar.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Amem

Nada posso naquele que me enlouquece

O senhor é meu amor
e nada lhe faltará.


Que o amor esteja convosco
_ Ele se parte dentro de nós.
Corações em prantos
_ Meu coração já era seu.
Demos graças ao amor, o dele e o seu.
_ É todo o prazer de nossa salvação.

Este é meu corpo
tomai, todos, e comei.

Deitada na cama numa manhã de segunda
Abriu os olhos num dia de sorte
Seria naquela tarde que encontraria um alguém
pra lhe livrar de uma pena de morte.

Uma pena.
A sentença para o amor que não vingou
O advogado do coração deu por causa perdida.
Réu culpado. Por furto de sentimentos.

Ela teve todos os seus bens levados
Da sensibilidade à compaixão.







domingo, 18 de janeiro de 2015

O prazer é todo meu

Somos apenas dois desconhecidos
que se desejam insaciavelmente.
Apenas estranhos.
Que se engalfinharam da vida um do outro
e não vão sair.

Duas pessoas que nunca foram apresentadas.

Dois seres com destinos distintos.
Fadados a se procurarem
eternamente em outros lábios,
outras pernas.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Empoeirada

Entre Sidney Sheldon e Bukowisk a vi do outro lado da prateleira. O cheiro empoeirado dos livros não era mais forte que o seu perfume exalava tomando conta de todos os meus sentidos. Eu estava ali, apenas procurando um romance policial mas o romance me pegaria primeiro.
Eu gostaria de ser um narrador onipresente dessa curta história para saber que livro ela procurava. Machado ou Florbela Espanca? Clássico ou ficção? Auto-ajuda?
Ela passou, levando alguns livros amarelados, e eu fiquei lá, apenas lendo curtos poemas de amor. Tão curtos como essa última paixão.  

Adeus.

Eu venho agora
De um cortejo fúnebre
Pois está morta e enterrada a esperança
O futuro é apenas uma lembrança
E já nem vale a pena chorar

Eu trago o luto
Pelo meu pouco pudor
Foi sepultado. Sacramentado sem amor
Eu tenho o pranto da viúva que lamenta
A morte da própria inocência. 

E no velório da moral e tais costumes
Choram amantes exalando seus perfumes
Somos mulheres embriagadas e sem escrúpulos
Trocando receitas pra sanar nossos soluços.