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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Minhas Moscas - O último

habitante de uma outra dimensão,
estou preso no aperto do lado de fora de um abraço...
e morrerei de paixão
entre o desprezo e o cançasso.

e antes do meu último suspiro
darei meu último sussurro
pois morte de paixão é digna de drama
beijar-lhe-ei a boca, os lábios vermelhos da morte

misturarei meu sangue ao teu
amor... quem és tu, que me mata de ansiedade
de vontade, de intenso desejo de fim?
a quem prometo minha vida?

porque, pra quem dou meu amor
se não há amor pra mim no universo?
nem amor que me dê um sentimento inverso.
pois se for raiva, que seja..
sentirás algo por mim.

antes do fim...

quem sabe tenha tempo de olhar em teus olhos
tão negros, tão verdes ou azuis
não os conheço
quem sabe tua pele, branca ou negra
tocar tua mão, quente ou fria
viver tua vida, cheia ou vazia
acariciar tua curva, esguia.

morrerei de amor sem dúvida
de paixão envenenada
pela ausência
de afeto, de afago
apago

Minhas Moscas - Meu manual

 Meu Manual
Nada posso reclamar do que escrevo..
Seria como reclamar da minha própria vida.
Ao menos eu tenho a capacidade, ou a mediocridade
de escrever em versos
aquilo que penso e condeno,
aquilo que amo
ou não.

Eu que sempre achei sem ritmo os versos
os escrevo novamente de peito aberto.
Queira ou não, meu tom é inverso
se não tenho meu bom por perto.

não existe malícia, meu bem
nos versos de quem não pode rimar
como eu rimo nos risos de alguém
meu amor, deixe de amar.

meu bom é distante
um instante

mergulho numa banheira de perfume
pra disfarçar as marcas
e por mais que arda..
preciso esconder
meu próprio cheiro

eu quero ser artista
de rua, nua
de bar,de noite
de dia
eu quero ser artista
de novela, de rádio
de música, de cores
eu quero ser artista
de revista, jornal
de moda, passarela
de aquarela
eu quero ser artista,
de teatro, da vida dos outros
eu quero ser artista de cinema
nasci artista de poema